26 de fevereiro de 2011

O Sr. Puntila e o seu criado Matti


Uma peça sobre a Amizade, recheada de reflexões sobre o comportamento humano.
Da autoria de Brecht, escrita em 1940,mantém-se actual nos dias que correm.
Como comédia que é, tem, à mistura com reflexões comoventes sobre o relacionamento humano, uma dose de situações hilariantes que dão leveza à intensidade das emoções.
A peça-comédia retrata um proprietário rural que afoga as suas atitudes tirânicas em copos de vinho que bebe sofregamente, porque, quando sóbrio, é prepotente e mal-humorado, características que o próprio reprova quando está ébrio. Nesta condição, torna-se compassivo e fraterno.
Em várias críticas que li sobre esta peça, verifico que é muito valorizada a vertente hilariante. No entanto, pessoalmente relevo o valor da Amizade e os momentos de intensa reflexão sobre o relacionamento humano, retratados no decorrer de toda a acção:
- A arrogância do Sr. Puntila quando sóbrio, não mede as consequências e leva-o a condenar um acto inocente do seu criado/motorista Matti, que, desiludido, prefere não se defender. Silencia-se numa postura nobre de quem diz: “Se eu lhe respondesse, ele não iria perceber!”
Sempre amigo, mas cansado de condescender, o criado Matti decide partir... em silêncio, porque só o silêncio saberá preservar o valor da sua amizade pelo seu patrão.
- As mensagens contidas nas três histórias tão harmoniosamente contadas, proporcionaram um momento de reflexão cheio de graciosidade.
-O “Louvor à grandiosidade da Natureza”, a contrastar com a “pequenez humana”, dá a toda a peça de Brecht , um final eloquente.

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